De facto, custa ver os tsunamis que por aqui passam, arrastando consigo muitos milhares de compatriotas para além fronteiras. Uns param no centro da Europa, outros na África meridional e outros há que só param no outro lado de lá, junto dos simpáticos cangurus. É com cada tsunami que nem dá para acreditar – já estive mais longe de construir um bunker para me manter a salvo.
Estou convencido que, considerando os efeitos pós-traumáticos que resultam destas tragédias, devemos continuar a evitar tocar neste assunto. O facto de estes tsunamis fazerem lembrar aqueles que por cá passaram na década de sessenta não deve merecer demasiada atenção. É demasiado doloroso pensar que, passado meio século, continuamos a viver num Portugal onde não cabem todos os portugueses.
De qualquer das formas, não podemos ser piegas. Temos que ser valentes. Afinal de contas – como disse Pedro −, “emigrar não pode ser um estigma”. Ah! Já me sinto muito melhor com estas palavras.
Viver no estrangeiro é uma experiência muito gratificante – sim, não podemos ser piegas –, mesmo quando não tenha sido por opção. Isto não tem nada que saber no que se refere à gestão de pessoal: se há trabalhadores a mais, eles que emigrem. Família que fica para trás? Isso resolve-se com uma visita no Verão. Família por construir? Isso, com o avanço da medicina, trata-se aos quarenta. Idosos a mais? Citando o ministro das finanças japonês, Taro Aso, que se os deixe “morrer rapidamente”.
Aí está a doutrina Hayekiana solidamente implementada. Da importância do indivíduo à ideia de que − como dizia Margaret Thatcher − "não existe essa coisa de sociedade, o que há e sempre haverá são indivíduos", vai o suficiente para que se grite a bordo, “salve-se quem puder”!
Publicado no ptjornal, em 27/01/2013
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