terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Política, troca de roupa!


Ainda não defini – e não sei se alguma vez definirei – a minha posição quanto à origem do Estado.
As grandes posições são protagonizadas pelos aristotélicos e pelos contratualistas. A argumentação dos primeiros reside na célebre frase de Aristóteles "o Homem é um animal político por natureza". Relativamente aos segundos, vêm na origem do Estado um contrato entre os homens, o qual sentenciou, desde então, o "estado de natureza" (tanto Locke como Hobbes partilhavam desta concepção)...
Não há dúvida que os debates que ajudam a compreender o passado são importantes para construir o futuro. Mas, quer a política seja ou não intrínseca à natureza humana, o facto é que a sua estrutura sofre, ao longo dos tempos, grandes transformações, geralmente para melhor.
Actualmente, sente-se a necessidade de reestruturar o paradigma político (e económico) ocidental, em consonância com a evolução de paradigmas observada, ao longo da História, no Ocidente. O capitalismo não será, certamente, a última etapa, mas apenas uma evolução das etapas anteriores, concordando, neste ponto, com a análise marxista. Contudo, não acredito numa etapa final a nível de organização política, pois, enquanto houver Humanidade, haverá sempre uma linha de evolução.
É, assim, necessário reformar estruturalmente o sistema capitalista, deixando de "pé" aquilo que de bom proporciona. Na ausência de reformas, abre-se caminho a revoluções, cuja violência é, em última instância, imputável aos que quiseram conservar, a todo o custo, o status quo. Mesmo o pai do neo-conservadorismo, Edmund Burke, reconhece que a revolução francesa se dá pela falta de reformas estruturais. E, como é sabido, certos processos históricos repetem-se...