domingo, 10 de fevereiro de 2013

Clubismo

Costuma-se dizer que, na nossa vida, o clube a que pertencemos é das únicas coisas que fica para sempre. De facto, excepto durante a infância e, talvez, adolescência, mudar de clube é um sacrilégio. Assim, uma pessoa que muda de clube não deve ser levada a sério.

Eu, que me visto de verde, face ao descalabro de uma equipa de futebol que apenas se poderá salvar se estiver atenta às aulas do Professor Jesualdo Ferreira, mantenho a minha alma cristalinamente leonina. Nem o fim da equipa de futebol atenuaria o verde carregado das minhas vestes. E a convicção, essa, é a mesma na vitória e na derrota. Nestas matérias não é a razão que impera – digam o que disserem, aconteça o que acontecer, o Sporting é inalcançável.

Todavia, respeito todos os outros clubes e os respectivos adeptos. Estou convencido que não existe nenhum motivo para um adepto fervorosamente portista ter mais orgulho no seu clube do que um adepto que mantenha intacta a sua alma salgueirista. Face à eterna paixão clubística, a dimensão e as conquistas são aspectos menores.

Se todos fossem do clube que vence mais, que mais títulos conquista, desaparecia a competição. É graças àqueles que se entregam de alma e coração a um clube pelo que este é e não pelo que tem, colocando de parte os aspectos materiais da soma de um conjunto de taças e troféus, que o futebol é tão magnificamente colorido.

Se todos vestíssemos a mesma cor, o futebol seria entediante. Por isso, homenageio aqui todos aqueles que se casaram por convicção e não por conveniência.

Publicado no ptjornal, em 20/01/2013
 

Sem comentários: