Peter Cruddas, tesoureiro do Partido Conservador britânico, foi obrigado a demitir-se depois da divulgação de um vídeo em que “vendia” o acesso a David Cameron. Disfarçados de potenciais “compradores”, uns jornalistas filmaram secretamente a conversa que tiveram com este senhor, onde ficaram a saber que um simples jantar com o primeiro ministro custava 250 mil libras, ou seja, perto de 300 mil euros.
Um autêntico escândalo para o
partido conservador! Qualquer pessoa, no seu juízo perfeito, sentirá uma profunda
indignação perante tanta corrupção e hipocrisia nas estruturas de poder. E,
provavelmente, este caso é sintomático relativamente ao que se passa na grande
maioria das democracias. Obviamente, o problema não está na democracia, que é,
ou deve ser, uma conquista definitiva do Ocidente. O problema está na sobreposição
do sector financeiro sobre a política, está no incumprimento dos governantes da
defesa do interesse público e está na corrupção que, quando em grande escala,
normalmente, precede à impunidade.
"O que aconteceu foi
completamente inaceitável. Não é esta a forma como angariamos dinheiro no
Partido Conservador. Não devia ter acontecido". Eis as palavras de David
Cameron perante o escândalo. Em vez de dizer que nada disto devia ter
acontecido, o primeiro-ministro britânico devia dizer que se sentia
envergonhado e, se realmente não aprovasse estes esquemas, admitir a sua falta
de capacidade de liderança, uma vez que não consegue evitar a promiscuidade entre
a sua governança e determinados interesses particulares.
Não é só em Portugal que os
políticos do arco governativo carecem de sentido de Estado, em muitos outros países
se passa o mesmo, desde a Itália até ao Reino Unido. A culpa não é do “português”,
ou do “grego”. A culpa é dos vendilhões do templo!
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