Paul Ryan, candidato republicano à vice-presidência, delineou um programa a que Mitt Romney se associou entusisticamente, no qual a taxa fiscal máxima é reduzida para 25%, um minimo histórico nunca visto desde 1931, e as despesas miliatares significativamente aumentadas. Ou seja, o programa republicano pretende delegar à caridade as funções sociais do Estado, como seja a assistência médica aos mais pobres, que, caso fosse implementado, teria uma redução de 78%!
Este radicalismo de direita protagonizado pelos republicanos, embora Romney o tenha tentado disfarçar nos debates presidenciais, serve de esperança a Obama para a conquista do segundo mandato. De facto, a governação de Obama carece de grandes trunfos, apesar de o Presidente responsabilizar a maioria parlamentar republicana pela ausência das medidas que o eleitorado progressista espereva que adoptasse.
Sendo assim, num sistema bipartidário onde ambos os partidos carregam um conjunto de clientelas exigentes e insaciáveis, recai sobre os eleitores a escolha entre o mau e o menos mau. Porém, essa diferença é verdadeiramente substancial. Em bom rigor, uma vitória do partido republicano significa um acrescento de poder ao neoliberalismo, ao fundamentalismo cristão e à mentalidade belicista ocidental. E as consequências que isso traria para a Europa são expectáveis, como o fortalecimento da direita anti-islão.
Em suma, mais do que querer Obama na Casa Branca, não quero ver um ultra-conservador à frente da, ainda, super potência mundial.
Publicado no jornal online ptjornal, em 04/11/2012
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