Ainda
não defini – e não sei se alguma vez definirei – a minha posição quanto à
origem do Estado.
As
grandes posições são protagonizadas pelos aristotélicos e pelos
contratualistas. A argumentação dos primeiros reside na célebre frase de
Aristóteles "o Homem é um animal político por natureza".
Relativamente aos segundos, vêm na origem do Estado um contrato entre os
homens, o qual sentenciou, desde então, o "estado de natureza" (tanto
Locke como Hobbes partilhavam desta concepção)...
Não
há dúvida que os debates que ajudam a compreender o passado são importantes
para construir o futuro. Mas, quer a política seja ou não intrínseca à natureza
humana, o facto é que a sua estrutura sofre, ao longo dos tempos, grandes
transformações, geralmente para melhor.
Actualmente,
sente-se a necessidade de reestruturar o paradigma político (e económico) ocidental,
em consonância com a evolução de paradigmas observada, ao longo da História, no
Ocidente. O capitalismo não será, certamente, a última etapa, mas apenas uma
evolução das etapas anteriores, concordando, neste ponto, com a análise
marxista. Contudo, não acredito numa etapa final a nível de organização
política, pois, enquanto houver Humanidade, haverá sempre uma linha de
evolução.
É,
assim, necessário reformar estruturalmente o sistema capitalista, deixando de
"pé" aquilo que de bom proporciona. Na ausência de reformas, abre-se
caminho a revoluções, cuja violência é, em última instância, imputável aos que
quiseram conservar, a todo o custo, o status
quo. Mesmo o pai do neo-conservadorismo, Edmund Burke, reconhece que a
revolução francesa se dá pela falta de reformas estruturais. E, como é sabido,
certos processos históricos repetem-se...
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