O vento sopra, levando consigo o tempo.
A chuva caí, caindo consigo os sonhos.
A terra treme, tremendo consigo a esperança.
O nevoeiro põe-se, pondo-se consigo a memória.
A lava ergue-se, erguendo-se consigo sete, hades e plutão,
deuses da selvática criação!
"Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã." Victor Hugo
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
O Muro que caiu e os outros que o invejam
Celebram-se os vinte anos da queda do muro de Berlim. Razão para se celebrar? Claro que sim.
Todos os muros físicos e políticos constituem provas de que algo vai mal, muito mal. Por isso cada queda deve ser celebrada pela Humanidade.
Contudo, há que atentar com quem se festeja... não se vá brindar com um defensor de um outro muro, menos mediático, sem interesse para a estabilização do sistema. Ninguem é preso pela hipocrisia, percebe-se porquê. Não cabe à justiça condená-la, mas sim à sociedade civil que, se organizada, gozaria de instrumentos de coacção tão poderosos como os da justiça.
Pois é, combater a hipocrisia em democracia não é fácil. Mas o problema não está na democracia, mas sim num sistema que não a criou nem a destruiu, antes manipula-a conforme as necessidades. Um sistema que condena a crença num ideal, e por isso em muitas ideias. Um sistema que transporta o slogan "liberdade individual", mas não dá a muitos as ferramentas para serem livres. Um sistema cujo principal actor, saudosa América progressista, ceifou desde o fim da Segunda Guerra milhares de vidas, algumas delas mais difíceis de digerir devido à respesctiva nacionalidade. Um sistema que defende a inovação, a mudança, mas que não muda face aos fracassos. Um sistema que apodrece devagarinho, inovando novos comprimidos para disfarçar a podridão. E por falar em comprimidos, talvez a indústria farmacêutica seja um dos melhores reflexos da podridão sistemática, tão limpa como o tráfico de droga.
Ao acordar da ressaca da celebração, o primeiro pensamento que me ocorre vem em forma de pergunta... Quando voltaremos a celebrar? Acho que tal resposta reside numas personagens meléficas que por aí andam, bebem, comem e dormem. Aquelas que ergueram um muro entre os E.U.A e o México, na Cisjordânia, na Irlanda, entre as Coreias, no Brasil, no Saara Ocidental ou em tantos outros lugares... Quanto aos muros não físicos, não estou preparado para escrever um livro.
Resta-me uma última pergunta. Quando um muro cai celebramos, e o que fazemos quando um muro é erguido? Contemplamo-lo?
Todos os muros físicos e políticos constituem provas de que algo vai mal, muito mal. Por isso cada queda deve ser celebrada pela Humanidade.
Contudo, há que atentar com quem se festeja... não se vá brindar com um defensor de um outro muro, menos mediático, sem interesse para a estabilização do sistema. Ninguem é preso pela hipocrisia, percebe-se porquê. Não cabe à justiça condená-la, mas sim à sociedade civil que, se organizada, gozaria de instrumentos de coacção tão poderosos como os da justiça.
Pois é, combater a hipocrisia em democracia não é fácil. Mas o problema não está na democracia, mas sim num sistema que não a criou nem a destruiu, antes manipula-a conforme as necessidades. Um sistema que condena a crença num ideal, e por isso em muitas ideias. Um sistema que transporta o slogan "liberdade individual", mas não dá a muitos as ferramentas para serem livres. Um sistema cujo principal actor, saudosa América progressista, ceifou desde o fim da Segunda Guerra milhares de vidas, algumas delas mais difíceis de digerir devido à respesctiva nacionalidade. Um sistema que defende a inovação, a mudança, mas que não muda face aos fracassos. Um sistema que apodrece devagarinho, inovando novos comprimidos para disfarçar a podridão. E por falar em comprimidos, talvez a indústria farmacêutica seja um dos melhores reflexos da podridão sistemática, tão limpa como o tráfico de droga.
Ao acordar da ressaca da celebração, o primeiro pensamento que me ocorre vem em forma de pergunta... Quando voltaremos a celebrar? Acho que tal resposta reside numas personagens meléficas que por aí andam, bebem, comem e dormem. Aquelas que ergueram um muro entre os E.U.A e o México, na Cisjordânia, na Irlanda, entre as Coreias, no Brasil, no Saara Ocidental ou em tantos outros lugares... Quanto aos muros não físicos, não estou preparado para escrever um livro.
Resta-me uma última pergunta. Quando um muro cai celebramos, e o que fazemos quando um muro é erguido? Contemplamo-lo?
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Eu sou, nós somos
Sózinho, tu és sózinho,
És tu quem te faz andar.
Não esperes ser alguém, não esperes,
Agora és tu e sempre foste, serás.
Não desesperes, é a tua natureza,
Ela é mais complexa que uma só imagem.
Estamos sózinhos, essa é uma certeza,
Separados, de nós nem uma miragem.
Juntos, apesar de sózinhos
Podemos desabafar a solidão,
Deixamos de ser grão e grão
Passamos a ser grão a grão.
Então, continuariamos sózinhos
Mas sem solidão,
Por instantes seriamos verdadeiramente.
Pó, somos como o pó.
És tu quem te faz andar.
Não esperes ser alguém, não esperes,
Agora és tu e sempre foste, serás.
Não desesperes, é a tua natureza,
Ela é mais complexa que uma só imagem.
Estamos sózinhos, essa é uma certeza,
Separados, de nós nem uma miragem.
Juntos, apesar de sózinhos
Podemos desabafar a solidão,
Deixamos de ser grão e grão
Passamos a ser grão a grão.
Então, continuariamos sózinhos
Mas sem solidão,
Por instantes seriamos verdadeiramente.
Pó, somos como o pó.
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